Peruas de cerâmica: personalidade e estilo transformados em obras de arte

Flávia Vicuña e Alessandra Cinti
27 de jan. de 2016
3 min de leitura

O trabalho dessa talentosa amiga do La Linda, suas Peruas de Cerâmica, está pelo mundo a fora. Mas aqui, onde elas nasceram, muita gente ainda não conhece. Foi isso que nos motivou a mostrar pra vocês uma arte original e que querida, é a sua cara!! Rsrsrs...

Vamos lá, como é que você se vê? Quais são os seus traços genéticos mais marcantes? E com relação a sua personalidade, estilo, postura? Se você tem dificuldades com seu autorretrato a psicóloga e designer Andréa Lacet, não tem o menor problema com isso. Basta saber um pouquinho da sua história, ter acesso a uma foto e pronto! Você terá uma “Perua” feita em cerâmica com a sua cara. E eu garanto, a personalização da peça nos envaidece e emociona.

São bonecas, imagens de pessoas reais com detalhes impressionantes, modeladas a partir da argila que depois de trabalhada é queimada no forno. Mas auto lá, não se trata de caricatura ou expressionismo. Essa arte de Andréa Lacet é um reconhecimento emocional. E sim, logo à primeira vista a gente sabe quem é, mas são as particularidades que nos confirmam a identidade da “Perua”.

Não são peruas de verdade, foram apenas intituladas “Peruas”, independente da personalidade em questão. O nome foi definido a partir de um detalhe comum em todas elas, enormes cílios sempre sobre os olhos fechados.

Na verdade, sou suspeita ao falar da arte da amiga, há cerca de dois anos ganhei uma perua de presente. Fiquei apaixonada! A Perua Flavia Vicuña, sou eu mais ou menos aos 18 anos, completamente hippie. Uma viagem na minha história, mas que carrega um pouquinho da minha essência até hoje.

Toda essa contextualização foi para tentar demonstrar o quanto você pode ser original e ao mesmo tempo acertar em cheio em um presente personalizado. Entrar na fila pensando em datas especiais pode ser uma excelente pedida, para presentear alguém que você realmente goste e conheça.

Há vinte anos Andréa Lacet faz da arte uma parte de sua vida e o contato com a cerâmica também vem desde esse período. Numa tarde gostosa em seu atelier ela nos falou sobre esse aprendizado. Lições de puro respeito no contato com a matéria prima, a argila. Os caprichos do ponto, manipulação, a queima, o exercício de paciência em desenvolver um trabalho onde cada etapa precisa ser respeitada para obter o resultado esperado.

Hoje ela não duvida, o conhecimento da psicóloga foi e é fundamental no trabalho da ceramista que vai do preparo da massa até a elaboração da imagem, cheia de personalidade.

Pois bem, é claro que essa receita não poderia dar errado e as “Peruas” ainda são o carro chefe, mas a produção aumentou e a marca já tem inserida outras linhas de produtos. Como, por exemplo, os “Estribados”, uma versão masculina justificada rsrs... O “Estribado” é um sujeito montado no luxo e no dindim e a “Perua” é a rainha do seu império.

E ainda tem mais, os produtos regionais, elaborados em uma parceria com as Oleiras de MS. São peças mais baratas e regionalizadas, a argila é de Rio Verde, e são mulheres da comunidade que aprenderam a arte e fazem do trabalho uma fonte de renda. A produção é em escala e mesmo sendo mais comercial, não é menos encantadora. É bem fácil se apaixonar pelas tererezeiras, pelas índias ou por outros personagens da cultura local novamente muito bem representados por elas.

Gente, quase me esqueci, a marca Andréa Lacet tem também peças de decoração como luminárias, móbiles e cubas lindíssimas inspiradas nos vasos vietnamitas.

Eu poderia ficar aqui falando sobre esse delicado e exclusivo trabalho da nossa amiga, mas ao invés disso eu e Alessandra Cinti convidamos vocês a conhecer com a gente o atelier da artista e desvendar um pouquinho mais desse belo trabalho.